quinta-feira, 28 de julho de 2011

“Vivi a dor de um casamento sem sexo”

Relacionamentos longos muitas vezes fazem o desejo esfriar. Mas e quando isso acontece com recém-casados? Foi essa pergunta que Ana* se fez nas primeiras vezes em que Vinícius* falhou. De uma hora para outra, ele, que era cheio de energia, passou a fracassar na cama. Os dois resolveram investigar o problema, mas não tiveram sucesso. Ela conta como conseguiu resolver essa questão. 

Conheci Vinícius em Natal, rio Grande do Norte, onde eu morava, em um encontro de estudantes. Ele era articulado, inteligente, sete anos mais velho e bonito: 1,75 m, moreno, olhos puxados. Eu também não era de jogar fora: magra, cabelos ondulados abaixo do ombro, nem alta, nem baixa. Na primeira noite, ficamos e continuamos juntos até o fim da temporada dele — nessa época, Vinícius vivia em Recife. Nossa história tinha tudo para acabar no aeroporto. Mas depois de um mês marcamos um reencontro na cidade dele e foi uma delícia. A partir daí, viramos namorados. Nos víamos de vez em quando. Por cinco anos, ficamos nesse esquema. Em 2003, cansados das viagens, fomos morar juntos em Brasília. Seria um treino para o casamento oficial. Só que deu tudo errado! Em pouco tempo debaixo do mesmo teto, Vinícius pifou, não conseguia mais transar. De uma hora para outra, ficou impotente, e eu quase enlouqueci. 

Nunca tive problemas com questões sobre o prazer. Gosto de fazer sexo, falo com tranqüilidade sobre o assunto e leio a respeito. Me considero uma mulher bem resolvida e saudável. Vinícius gostava do meu jeito, meio liberal, meio romântica. A gente se dava bem na cama, até irmos para Brasília. Fomos para lá porque ele arrumou um trabalho numa campanha política, e eu me descolei como secretária em um gabinete. Nosso apartamento era hipercharmoso, perto do Lago Sul. Por três meses, tivemos uma vida de sonhos. Chegamos até a fazer planos de ter filhos. Mas, um dia, ele falhou pela primeira vez. Vinícius teve uma semiereção, por assim dizer, e a penetração durou segundos. Não deu tempo de sentir nada. Quando achei que estávamos apenas começando, ele saiu de cima de mim, me abraçou e disse que estava feliz por morarmos juntos. Levantou da cama como se tivesse sido tudo normal, como se a transa tivesse sido ótima. Perguntei se havia algo de errado, ele respondeu ‘de jeito nenhum. Te amo’. Como não queria constrangê-lo, não falei mais nada sobre o que tinha acontecido, nem naquele dia, nem nas semanas que se seguiram. Ele também não comentou nada sobre aquela noite. A questão foi que ele nunca mais foi capaz de ter ereção. Fui suportando com paciência porque eu o amava. Ficar em abstinência é bem complicado. Mas o pior foi administrar a minha cabeça: aceitar o que estava acontecendo, entender a situação. Vinícius agia como se tudo estivesse normal. Até hoje não sei se ele acreditava que é possível viver sem sexo ou se fingia acreditar. Minha primeira reação à abstinência foi o ciúme. Achava que a rejeição tinha a ver com outra mulher, que ele estava apaixonado ou tendo um caso e não sabia como me contar. 

Fiquei paranóica com isso, mas Vinícius dizia que não havia ninguém no mundo capaz de atrapalhar o amor que sentia por mim. Acreditei. Mesmo porque éramos felizes fora da cama. Vivíamos trocando beijinhos, abraços, e até dormíamos de conchinha. Mas, na hora do sexo, não rolava. Quem via de longe não imaginava o que sofríamos. Para uso externo, éramos um casal completo. E, na verdade, eu me sentia amada — até porque ele era extremamente ciumento e possessivo, o que eu encarava como um sinal de amor. Tenho um blog no qual costumava escrever textos sobre amor e sexo (precisava escoar minha energia) e ele sempre me pedia explicações sobre os personagens, as frases, queria saber com quem eu tinha conversado, saído. Aparentemente, Vinícius também não tinha nenhum interesse que não fosse simplesmente gostar de mim — não dependia de mim para nada e até ganhava bem mais do que eu. Nunca pensei em trair meu marido, nem quando estava havia três anos sem transar. Me mantive fiel porque achava um absurdo trair um marido impotente. Não que não pensasse em sexo, ou em outros homens, mas ninguém específico. Estava tão carente que, se via uma cena mais quente na TV, minhas pernas amoleciam. Tive uma centena de sonhos eróticos, homens musculosos e até mulheres me pegando, me seduzindo. O que mais me encafifava era não saber o que estava acontecendo. Como um cara viril, normal, de repente, se torna impotente?


A gente se beijava, se abraçava, se acariciava, mas, quando ele penetrava, era aquele desastre. Ele me masturbava, fazia sexo oral, mas jamais admitia que tinha falhado na hora principal. Por causa dessa recusa dele em reconhecer que não conseguia mais ter uma ereção comigo, não conversávamos sobre o assunto. Depois que a fase do ciúme passou, comecei a pensar em um monte de outros motivos para a impotência dele: tinha virado gay, estava com o vírus da aids e não queria me contar, tinha um câncer... Havia de existir uma razão para ele não conseguir transar comigo. Estava angustiada com a situação e ansiosa por uma explicação. 

Depois de quatro anos sem transar, convenci Vinícius, que resistia a aceitar que tinha um problema, a procurar ajuda. Primeiro fomos ao urologista e, clinicamente, ele não tinha nada de errado — só precisava tomar um revigorante para ficar mais animado. Também me submeti a uma série de exames e estava ótima. Nosso problema só podia ser emocional. Fomos, então, parar em um psicólogo especializado em terapia de casal. Ele queria saber se Vinícius era mesmo impotente e, para se certificar, mandou meu marido fixar uma espécie de papel na ponta do pênis por uma semana. Se acordasse sem os papéis, tinha tido ereção noturna. Na manhã seguinte, surpresa! Os papéis tinham caído. Fiquei feliz, abracei Vinícius, beijei, fiquei louca. Minha excitação durou pouco. Ele retribuiu aos carinhos, só que não conseguiu transar. 

Seguimos todas as recomendações do psicólogo: compramos brinquedos e filmes eróticos, gel, pomadas. Levava Vinícius para tomar banho comigo, fazia massagens, tentava masturbá-lo... Nada. Continuamos fazendo terapia, mas não havia progresso. Viver sem sexo ao lado do homem que se ama é uma viagem alucinada. Depois de três anos sem penetração, aprendi a ter prazer com vibradores, borboletinhas, chuveirinhos, almofadas. Arrumei mil maneiras para resolver o meu problema. 

Comecei a pensar em táticas para seduzi-lo. Achei que abordá-lo em um momento inesperado poderia fazer com que se animasse. Enquanto Vinícius tomava banho, eu me despi e fiquei nua, de pé, no caminho do banheiro para o quarto. Quando me viu, ele abriu um sorriso e andou até mim. Mas quando chegou perto, virou de costas e seguiu caminhando para o quarto, evitando assim, qualquer tipo de contato sexual entre nós, mesmo que fosse apenas visual. Também pedi para ele passar cremes hidratantes no meu bumbum, fazer massagens. Nada funcionava. Era frustração atrás de frustração. 

Meu estado de carência chegou a tal ponto que até senti inveja de uma grávida que pedia esmolas na rua. Se esperava um bebê, tinha feito sexo. Por um instante, quis trocar a minha vida pela dela. Topava ficar nos faróis pedindo moedas, desde que tivesse sexo... A vida tinha ficado chata, triste. Embora Vinícius agisse como se nada de grave estivesse acontecendo, passou a comer compulsivamente. Chegou a pesar quase 100 quilos. 

Como a terapia não estava dando resultado, decidimos ir a uma clínica especializada em impotência para fazer um tratamento que prometia soluções milagrosas. Ele só precisaria tomar umas injeções e tudo voltaria ao normal. O procedimento, mais uma vez, não deu em nada. Um dia, arrumando umas gavetas, descobri caixas lacradas do remédio que o urologista tinha dado para Vinícius ficar mais energizado. Ele não estava tomando nada. Fiquei furiosa, mas não falei nada. Comprei uma caixa de Viagra e coloquei o remédio no suco de laranja, sem que ele soubesse. Ele tomava aquele copo enorme e eu torcia por dentro. “Vai dar certo, tem que dar certo.” Nada. 

Vinícius dizia que me amava, sentia tesão por mim, mas que a vida não podia ser apenas sexo. O amor dele por mim era enorme! Cheguei a dizer que, se ele achasse que nunca mais iria funcionar, eu devia ser avisada. Assim, tentaria me adaptar. Eu também o amava! Falava isso mais como uma forma de cuidar dele, numa tentativa de deixá-lo seguro. A idéia de ficar o restante da minha vida sem sexo era assustadora. 

Por causa desse sofrimento, minha saúde psicológica foi afetada. Eu, que sempre tive variações de humor durante o dia, fui diagnosticada com uma bipolaridade leve. O psicólogo que me atendia acabou me encaminhando a um psiquiatra. Para controlar o transtorno, o médico me receitou um remédio que ajustava essas oscilações de humor, mas inibia a minha libido como efeito colateral. Pronto! Não sentia mais desejo por nada. Deixei de sair, de ir ao cinema, de jantar com amigos, de conversar com Vinícius. Nós éramos dois senhores centenários na frente da TV. Nessa época, ele chegou até a reclamar que eu não o procurava mais para sexo, o que me deixou surpresa. Mas, por causa da medicação, eu não queria transar de modo algum. Depois de um ano tomando o remédio, entrei em depressão. Dormia muito, não queria sair de casa, ir trabalhar. Também deixei de cuidar de mim. Já não me depilava mais, deixava a sobrancelha crescer, vestia o que aparecesse na frente. Não conseguia sequer me olhar no espelho. Para uma mulher vaidosa, essas atitudes eram o fundo do poço. Exatamente onde eu estava. Arrasada, destruída, me sentindo um lixo, comecei a achar que ele me recusava porque eu era feia. Me sentia a última das mulheres, incapaz de despertar o desejo em um homem, o homem que eu amava. O médico trocou a medicação. Quando troquei o antigo remédio por um antidepressivo, o desejo voltou ao normal, mas a minha vida sexual não. 

Precisava desesperadamente transar! Vinícius não passava das carícias e até me ajudava com os brinquedinhos. Mas eu me sentia horrível com toda essa gentileza! Uma noite, me descontrolei e falei um monte. Disse que ele ia me perder, que estava me jogando fora, que viver sem sexo era uma coisa, mas sem perspectivas era outra... E que eu sabia que ele não estava fazendo nada que os médicos mandavam! Eu estava a ponto de bala. Vinícius ouviu tudo calado, imóvel. Mais uma vez, agiu como se nada tivesse acontecido, como se eu estivesse vendo problemas onde não havia — e não respondeu a nenhuma das minhas críticas. 

Estávamos quatro anos sem transar quando meu ginecologista me recomendou o melhor urologista de Brasília. Quando mencionei esse novo médico, Vinícius ficou furioso, falou que eu o pressionava, que eu só pensava em sexo. Dessa vez, não hesitei. Ou ele se tratava, ou a nossa história terminava ali. Vinícius aceitou encarar outro tratamento. 

Passamos o ano de 2007 sem transar, mas, pelo menos, tive esperança de que tudo voltaria ao normal. Nessa tentativa de recomeço, passei a organizar uma viagem para a Europa. Seriam 20 dias só a gente, vivendo outros ares. Havia de funcionar! Partimos em maio do ano seguinte para Barcelona, nossa primeira parada. Depois fomos para Roma, Paris, Madri e Lisboa. A viagem foi divertida, conheci lugares novos e o clima entre a gente estava bom. Eu o procurei para transarmos uma única vez. Toquei o pênis dele, nos beijamos, mas ele disse que estava com dor de cabeça — a desculpa clássica feminina. Aquilo não era novidade para mim. Embora tenha ficado um pouco frustrada, não fiquei triste, não chorei. A verdade é que não encontrei cenário capaz de me ajudar a ter uma noite de sexo com meu marido. Voltei para Brasília decidida a terminar tudo. 

Dois meses depois, eu saí de casa. Vinícius ficou inconformado e tentou me convencer de que poderíamos ser felizes. Jogou na minha cara que eu não o compreendia. Chegou a dizer que eu estava colocando a vida dele em risco. Era uma ameaça! Foi difícil deixá-lo, mas minha sanidade mental estava em jogo. Se um de nós tivesse que enlouquecer, que não fosse eu. Vinícius passou um ano tentando reatar. Perdeu 15 quilos, fez questão de me contar que estava curado e me pediu uma nova chance. Eu rezava para não cair em tentação, para nunca mais ter vontade de beijá-lo. Não queria me arriscar de novo ao lado dele. 

Eu também estava magoada com ele porque alguns amigos nossos, depois da separação, vieram me dizer que Vinícius teve vários casos fora de casa. Ou seja, ele só não transava comigo. Uma amiga chegou a dizer que achava que o meu casamento era aberto, desses em que cada um transa com quem quer, tão freqüentes eram as puladas de cerca dele. Me senti mais lixo ainda! Pensei em tirar satisfação, afinal passei cinco anos sem sexo e jamais pensei em traí-lo. Mas desisti. Até hoje não sei se era verdade. Saber ou não se fui traída não traria minhas noites de prazer de volta.
Uma das teorias que me deram para a tortura porque passei é que Vinícius me amava tão profundamente que esse amor intenso o bloqueava para o sexo comigo. Ele queria me ver como uma virgem. Negócio de gente maluca. No final de 2008, deixei Brasília para morar em Recife. Arrumei emprego como gerente de uma loja de roupas, prestei vestibular para fisioterapia e entrei. Estou estudando. Vinícius ficou em Brasília, hoje é funcionário público. A distância e o tempo me ajudaram na recuperação. Faz um ano que conheci meu atual namorado, cinco anos mais jovem que eu, cheio de energia, e bem bonito também. No início, tive medo de não dar conta do recado — ele queria transar várias vezes na mesma noite, mas eu estava desacostumada. Foi difícil relaxar, me abrir. Ele entendeu a história e me ajudou a retomar minha vida sexual. Há cinco meses, resolvemos ter um filho, e estou grávida. Sempre quis ser mãe, estou com 31 anos! Ficamos meio tontos com a notícia, mas adorando a idéia de sermos pais.
Depoimento dado a Fernanda Cirenza - Revista Marie Claire (Eu Leitora)

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Histórias da vida real


Olá!!!!!!!!!

Sempre recebo dos seguidores e simpatizantes deste bloguito, algumas histórias bem interessantes.
Histórias estas engraçadas, outras não, histórias de superação, decepção e algumas daquelas ciladas bemmm grandes. E sempre me pedem para postar aqui no blog algumas dessas histórias.
Sendo assim... Rendo-me!
A partir de amanhã, vou postar uma vez por semana uma história dessas que recebo. Antes claro, vou contatar novamente cada um dos que me enviou e, para não dar problemas, a cada historinha, vou (claro) trocar os nomes dos personagens inspirados em algum filme ok!
Então...
Beijo, beijo... E amanhã tem “histórias da vida real” no blog *Bouti ‘Chic*

Bjinhossssss!!!
Preta  

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Vigiar perfis em redes sociais pode virar vício!

Dar uma espiada no perfil de um parceiro ou amigo é a coisa mais natural do mundo. Mas exagerar pode ser perigoso.

Você já teve a sensação que entra mais vezes do que deveria no perfil do Facebook de algum amigo? Ou talvez de um ex ou desafeto? Talvez alguém também esteja fazendo o mesmo com você: sabe na ponta da língua onde você estava no último sábado à noite e conhece detalhes da última viagem. As redes sociais são ótimas para quem gosta de se informar sobre a vida de conhecidos, e também quem gosta de mostrar o que acontece em sua própria vida. 

Mas algumas vezes essa curiosidade toma proporções exageradas e é aí que começa um problema que se torna cada vez mais comum: o vício em vigiar a vida de outras pessoas através das redes sociais, também conhecido como cyberstalking. O profissional autônomo Leandro Prudente, 26, confessa que não conseguiria ficar sem seus perfis nas redes sociais. Ele diz que já se sentiu vigiado e também já vigiou. “Cheguei a criar um perfil anônimo para que a pessoa não soubesse que visitei a página dela”, conta. Leandro não é o primeiro e nem será o último a fazer isso. Muitos lançam mão do mesmo artifício, de criar um segundo perfil, para obter anonimato diante de algumas ferramentas inovadoras que pipocam vez ou outra nas redes.“Eu já cheguei a ficar com a página de uma pessoa aberta o dia todo. Atualizava de tempos em tempos para ver se tinha algo novo”, conta Leandro. Mesmo diante dessas situações, ele afirma que não é obcecado em vigiar a vida alheia. “Não deixo de viver a minha vida para ficar olhando perfil de outras pessoas.” 

O limite 
“A proposta da rede social é justamente olhar e ser olhado. Se a informação está ali é para ser lida. Se colocam fotos, é para que todos possam vê-las”, afirma o psicólogo Erick Itakura, membro do Núcleo de Pesquisa em Psicologia e Informática (NPPI) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Erick explica que o brasileiro ainda não entende completamente as consequências da exposição exagerada de sua vida pessoal pela internet. “Em outros países vemos que as pessoas são mais seletivas. Não é aconselhável expor demais sua intimidade. Quando se usa de forma correta, não há nada de errado com as redes sociais, mas hoje em dia é cada vez mais comum que pessoas se peguem vigiando outras através dos perfis”, afirma. Erick explica que quando o online se torna mais importante do que o real, o problema, normalmente, já está instalado. “Deixar de falar, ver, visitar ou ligar para amigos e familiares apenas para se dedicar às redes sociais significa que algo está errado. Ficar o tempo inteiro olhando a vida de uma pessoa, também. Nestes casos é necessário fazer um tratamento para que isso possa ser revertido”, afirma. A psicóloga Luciana Ruffo, do NPPI da PUC-SP, esclarece que existem sinais que mostram quando alguma coisa errada. “Se a pessoa não consegue ficar sem entrar em um determinado perfil por algumas horas, ou se tem algum compromisso, mas antes precisa se informar sobre o que acontece naquele momento com outra pessoa, demonstra um comportamento que precisa ser repensado ou tratado.” “Quando a gente diz que uma pessoa é viciada significa que ela deixa de fazer algo para se dedicar ao vício. Um exemplo é o funcionário que apresenta queda de produtividade porque fica o dia inteiro vendo o que outra pessoa está postando no Facebook. Quando chega neste ponto, algum tipo de distúrbio está se manifestando”, explica Erick. 

Acordo
O controle exercido através do monitoramento do perfil de uma pessoa é um caminho cada vez mais trilhado pelos casais que mantém páginas em redes sociais. São homens e mulheres que observam atentamente os recados deixados pelos amigos do parceiro, por exemplo.A ressalva feita por Luciana é a de que o monitoramento deve ser de comum acordo do casal. Neste caso, não há problemas. “O que não dá é para ser unilateral. Outras coisas que não podem acontecer são roubos de senhas ou mesmo apagar mensagens do outro para afastar algumas pessoas da vida do parceiro.” De acordo com Luciana as mulheres gostam mais de vigiar do que os homens. “Mulheres demonstram ter mais necessidade de uma vida social rica em detalhes. Elas têm mais curiosidade. O homem não precisa saber tantos detalhes assim”, explica. 

Quando vigiar é crime  
O que fazer quando você é quem está sendo constantemente vigiado ou monitorado? Luciana diz que tudo depende de quem é o perseguidor. “Se é alguém conhecido você pode tentar conversar com essa pessoa ou simplesmente excluí-la da lista de amigos e fechar seu perfil para desconhecidos. Se for um estranho, é preciso procurar ajuda jurídica”. “Meu ex-namorado me monitorava através da minha página em um site de relacionamento pessoal. Ele roubou minhas senhas e chegou a se passar por mim em algumas conversas com amigas para descobrir se eu o traía”, conta uma advogada gaúcha de 30 anos que prefere não se identificar. A advogada procurou a polícia e conseguiu se livrar do ex. Ficou três anos longe das redes sociais e até hoje toma muito cuidado com o que escreve. “Fiquei traumatizada. Durante muito tempo não consegui manter uma conversa normal pela internet”, conta. O advogado e autor do livro “A invasão da privacidade através da Internet”, Guilherme Tomizawa explica que a pessoa que se sentir prejudicada deve procurar uma delegacia e fazer um boletim de ocorrência. “A invasão de privacidade tem consequências civis e penais. Tudo depende de como os dados que a pessoa obtém são usados.” O advogado aconselha as pessoas que precisarem abrir um processo judicial a procurarem um cartório para que o tabelião faça uma cópia da página na internet que possa ser considerada uma prova de que um crime está sendo cometido, como xingamentos que alguém deixou no seu perfil que possam caracterizar difamação, injúria ou calúnia. “Hoje está bem mais fácil detectar crimes cometidos através da internet. As pessoas não podem achar que o computador é garantia de impunidade”, afirma.
Fonte: site IG

sábado, 9 de julho de 2011

Liberte sua raiva: aprenda como lidar com a emoção de modo saudável


Os dentes cerram, o coração acelera, o sangue ferve, o rosto fica vermelho e temos vontade de gritar e, às vezes, até mesmo de pular no pescoço do outro. Atire a primeira pedra quem nunca sentiu raiva, emoção quase sempre reprimida ou disfarçada para não parecermos destemperadas. "Raiva não é agressividade e nem hostilidade, são emoções diferentes", diz Maria Teresa Nappi Moreno, doutora em psicologia clínica pelo Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar da Puc de São Paulo. "Quando mal trabalhada, pode ser expressa por comportamentos agressivos ou hostis". Para Vera Martins, especialista em medicina comportamental pela Unifesp, desde crianças somos ensinadas que a raiva é uma emoção negativa, pecaminosa e típica de pessoas mal-educadas. Também acreditamos que se demonstrarmos nossa irritação, ninguém irá gostar de nós. Ou ainda que possuímos algo de ruim que precisa ser contido, do contrário seremos capazes de machucar ou até de matar alguém. Na realidade, esse sentimento está relacionado a uma manifestação de força e energia, cuja principal função é expressar que algo não está bem, impulsionando-nos a buscar mudanças. "A partir do momento que um evento ou uma pessoa nos fere além do aceitável, vivenciamos um mal-estar que pode variar de uma sensação de aborrecimento, irritação até uma explosão de ira e fúria", afirma em seu livro Tenha Calma! - Como Lidar com a Raiva no Trabalho e Transformá-la em Resultados Positivos.  

Emoção benéfica 
Seja como for, é bom lembrar que a ira é um sentimento natural a todo ser humano e até pode ser benéfica se for expressa na medida certa. Isso porque nos ajuda a impor limites. "A raiva é um fenômeno universal, tão natural quanto a fome, a solidão, o amor ou o cansaço. A capacidade de sentir e de reagir de alguma forma a esse sentimento faz parte de nós desde que nascemos", afirma o psiquiatra e psicanalista americano Theodore Rubin. Os argumentos acima vêm comprovar uma verdade: a ira é legítima e até saudável quando dentro de limites aceitáveis. O que muita gente não sabe, é que essa emoção tão discriminada possui aspectos muito benéficos: "Durante muito tempo, o lado bom da raiva foi negligenciado. Mas desde o surgimento da psicologia positiva, há 12 anos, compreendemos que ela tem características salutares que hoje já estão cientificamente comprovadas". Segundo especialistas, diversos estudos demonstram que nos momentos de fúria ativamos regiões cerebrais relacionadas ao desejo, o que nos ajuda a focar nossas atitudes e a atenção em necessidades imediatas.  "Há uma crença deturpada de que quem tem inteligência emocional não manifesta a raiva, principalmente no ambiente de trabalho. Mas há formas e formas de demonstrar a insatisfação. Pontuar que algo não nos agradou não tem nada a ver com ser rude ou grosseiro". Quando temos consciência do que nos incomoda, conseguimos nos relacionar melhor com os outros. Mas, quando vivemos engolindo sapos, corremos o risco de explodir a qualquer momento, perdendo o controle de nossas emoções e descontando no primeiro que passar pela frente. 

Soluções que funcionam
Veja sete ideias para lidar com a raiva de maneira assertiva:

  • Encare as situações geradoras da raiva; 
  • Reduza a emoção usando o pensamento consciente;
  • Reconheça os sentimentos dos outros e os seus;
  • Não fique se justificando nem coloque a culpa no outro;
  • Não deprecie a si mesma nem ao outro;
  • Administre a crítica, transformando-a em feedback;
  • Procure um acordo e a solução.


Fonte: bons fluidos