sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

"Xi... Não se preocupe, é briga de casal"

Olá blog/orkuteiros!
Não tinha o costume de dividir acontecimentos do meu dia-a-dia aqui no blog. Sempre que queria fazer isso fazia de forma sutil com alguma reportagem/post, mas o que presenciei hoje me faz mudar a maneira que vinha conduzindo o blog.
Hoje a caminho do trabalho parei meu carro num posto de gasolina para verificar os pneus, quando de dentro do carro vi um homem na esquina dando tapas e empurrões em uma mulher. Mal esperei o frentista terminar de calibrar os pneus e sai em disparada para ver se podia ajudar.
Quando me aproximei com o carro, a mulher estava andando, pedindo para o homem parar e ele continuava a agredir cada vez com mais força.
De dentro do carro com velocidade reduzida gritei para que ele parasse com aquilo, e disse que iria chamar a policia. Ele disse que só estavam conversando e que a mulher era sua esposa.
Mesmo assim eu, de dentro do carro, disse que era para ele parar e que iria chamar a policia.
Segui com meu carro, pois, a rua era próxima de uma avenida que sabia que encontraria policiais. Quando cheguei ao final da rua, olhei para o retrovisor e lá estava o homem numa sessão de pancadaria na mulher, batendo messssmo.
Fiquei desesperada e, não é que ao entrar na tal avenida encontrei uma viatura. Parei meu carro e fiz sinal meio que desesperada.
Os policiais pararam e eu disse que cerca de 100 metros tinha uma mulher sendo espancada por um homem que disse ser seu marido... Eis a narrativa da minha conversa com o policial:

Eu - Senhor ali na esquina tem uma mulher sendo espancada por um homem.
Policial - Xi... Não se preocupe, é briga de casal.
Eu - Mas policial, ele esta chutando ela.
Policial - Eu sei, é sempre assim, ele bebe um pouco e os dois sempre brigam, não se preocupe.
Eu - Mas e agora, ela vai ficar lá apanhando?
Policial- Olha, estamos (eram dois na viatura), indo atender uma ocorrência mas farei contato com outra viatura para atender este chamado. Mas não se preocupe viu, é sempre assim!

E terminou me fazendo uma cara como se eu tivesse acabado de cair numa pegadinha!!!

Deus do céu... O que é isso?????????????????????????
Uma pessoa estava sendo agredida e somente porque o agressor era seu companheiro ela não era digna de socorro?
Até quando a policia brasileira vai ter atitudes medonhas como esta?
Até quando iremos assistir reportagens de 40 minutos nos telejornais falando sobre o andamento das investigações sobre Elisas, Mércias e tantas outras mulheres que foram brutalmente assassinadas por aqueles que eram chamados de seus companheiros?
Hoje pela manhã vi na tv que um jovem (entenda-se monstro) de 17 anos, matou a facadas a ex-namorada de 15 anos. Ela estava na casa de parentes na cidade de Atibaia porque tinha saido da casas dos pais devido as ameaças constantes do ex-namorado.
Preso graças a atitude de pessoas que viram a agressão ele declarou a policia: “Não estou arrependido. Vim a esta cidade com a intenção de matá-la”.
Não sei da história, não passou se ela tinha feito alguma denúncia contra ele mas, do jeito que as coisas estão, as denúncias não passaram de "Xi... Não se preocupe, é briga de casal".


5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A violência contra a mulher é um dos fenômenos sócias mais absurdos e inaceitáveis.
    É uma tática consciente para obter poder e controle sobre a mulher.
    Quando acontece em ambiente familiar é uma fonte de medo, dano físico e psicológico à mulher e também às crianças, incluindo todos tipos de ameaças e privação de liberdade.
    A violência contra a mulher não é doença genética, nem conseqüência de alcoolismo, drogas, estresse ou raiva descontrolada, tampouco conseqüência do comportamento da vítima ou da pobreza.
    A violência contra a mulher é fruto da desigualdade entre homens e mulheres.
    No Brasil, há mais de três décadas, as mulheres denunciam e tentam dar visibilidade a essa situação. Neste período o país participou de várias convenções e assinou diversos tratados em prol da redução da violência doméstica e de gênero. O Governo Federal lançou um Plano Nacional de Prevenção e Redução da Violência Doméstica e de Gênero. Porém, todas estas iniciativas ainda não tem desencadeado um processo de mudança que de fato supere a violência contra a mulher.
    É fato que, em nosso contexto de tantas contradições sócio-econômicas, as mulheres são vítimas de violência tanto quanto os homens. Mas a situação das mulheres é ainda agravada pela violência sexista.
    Em nosso país grande número de mulheres vive em situação de violência física e psicológica (63% das mulheres brasileiras já sofreu algum tipo de violência) e, especialmente, a violência doméstica (75% dos casos de violência contra a mulheres e crianças acontecem no âmbito familiar). A casa, espaço da família, antes considerada lugar de proteção passa a ser um local de risco para as mulheres e crianças. O alto índice de conflitos doméstico já destruiu o mito do "lar, doce lar". As expressões mais terríveis da violência contra a mulher estão situadas na casa que já foi o espaço de maior proteção e abrigo.
    Acostumamo-nos a considerar como violência somente os atos que provocam algum tipo de lesão física grave. No entanto, a violência também ocorre na forma de destruição de bens, ofensas, intimidação das filhas e dos filhos, humilhações, ameaças e uma série de atitudes de agressão e desprezo; situações que desrespeitam os direitos das mulheres, seja na rua, nas escolas, nos consultórios, nos ônibus, nas festas e, sobretudo, em casa...

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  3. ...

    VIOLÊNCIA SEXUAL

    *Relações sexuais quando a mulher está com alguma doença, colocando sua saúde em perigo;
    *Relações sexuais forçadas ou que não lhe agradam;
    *Críticas ao desempenho sexual da mulher;
    *Gestos e atitudes obscenas;
    *Estupro e assédio sexual;
    *Exibição do desempenho sexual do homem;
    *Discriminação pela opção sexual.

    VIOLÊNCIA FÍSICA E EMOCIONAL

    *Sofrer agressões físicas, inclusive, deixando marcas, como hematomas, cortes, arranhões, manchas, fraturas;
    *Sofrer humilhações e ameaças diante de filhos e filhas;
    *Ser impedida de sair para o trabalho ou para outros lugares, e trancada em casa;
    *Ficar sozinha com o cuidado e a educação das crianças;
    *Sofrer ameaças como de espancamento e morte, incluindo suas crianças;
    *Ocupar-se sozinha com os afazeres domésticos;
    *Ficar sem assistência quando está doente ou grávida;
    *Ter utensílios e móveis quebrados e roupas rasgadas;
    *Ter documentos destruídos ou escondidos.

    VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA

    *Ignorar a existência da mulher e criticá-la, inclusive, através de ironias e piadas sexistas/machistas;
    *Falar mal de seu corpo;
    *Insinuações de que têm amantes;
    *Ofensas morais contra a mulher e a sua família;
    *Humilhação e desonra, inclusive, na frente de outras pessoas;
    *Desrespeito pelo trabalho da mulher em casa;
    *Críticas constantes pela sua atuação como mãe;
    *Uso de linguagem ofensiva em relação à sua pessoa.

    VIOLÊNCIA RELIGIOSA

    *Considerar as mulheres com inferiores e justificar isso usando a Bíblia ou tradição religiosa;
    *Culpar as mulheres pelo mal e pela morte ou a causa do pecado;
    *Usar as cerimônias matrimoniais para afirmar a supremacia masculina e a submissão das mulheres;
    *Não permitir às mulheres à participação plena e ativa da vida religiosa e desqualificá-las em sua atuação religiosa e vivência de fé;
    *Fazer uso de textos bíblicos específicos para desqualificar ou impedir a participação religiosa plena, negando às mulheres a potencialidade e participação no discipulado de Jesus;
    *Fazer uso de linguagem discriminatória, em que as mulheres não estão incluídas;
    *Estabelecer normas ético-morais que limitam a vida das mulheres, estabelecendo critérios de conduta diferenciados para homens e mulheres;
    *Ter o salário diminuído em função da profissão ou remuneração do companheiro;
    *Ser discriminada por estar divorciada, ou por ser mãe sem ser casada;
    *Ser induzida a silenciar sobre a situação de violência e não receber acompanhamento pastoral adequada em situações de violência.

    VIOLÊNCIA SOCIAL

    *Salários diferenciados para o mesmo cargo;
    *Exigência de boa aparência;
    *Assédio sexual;
    *Exigência de atestado de laqueadura ou exame de gravidez;
    *Discriminação em função de posicionamento político ou religioso;
    *Expor e usar o corpo da mulher como objeto nos meios de comunicação;
    *Promover e explorar a prostituição de meninas e o turismo sexual.

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  4. conheço pessoas que já passaram por isso.! aconteceu em um dos casos o pessoal ficar revoltado com a situação, ser alvoroço do momento e dias depois de você pegar as dores a mulher tá com o agressor de novo.! podemos dizer qe ela estava acostumada com a situação ou porque ela tinha medo de de separar dele.! Enfim, ninguém sabe o que passa na cabeça do ser humano, porém a decisão de denunciar deve partir da propria mulher (eu acho) pois aí sim ela estaria dando um basta nisso tudo que acontece com ela.! Bater não justifica, matar piorou, mas enquanto as próprias mulheres não se der valor nessas situações de agressão doméstica a vida continuará assim e todos pensarão que é briga de casal.! tipo, o cara levantou a mão uma vez, vaza fora, porém nosso país é muito fraco também em proteção, a mulher denuncia, o cara a persegue, ela não tem segurança de nada e acaba em coisa ruim.! o medo ronda essa situação fácil, só vendo histórias de perto que nem já vi pra entender o que passa na cabeça de cada situação e a situação que eu presenciei e amparei foi de 3 anos vivendo assim na grosseria, na humilhação até que um dia a menina deu um basta, não denunciou, mas afastou do cara e graças a Deus vivi bem.! mas é isso, denunciar, dar valor em si, mas infelizmente casos de agressão doméstica, sexual, psicológica e por aí vai, vem aumentando cada dia mais e se tornando um assunto muito sério.!

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  5. Violência contra mulher é uma das coisas mais freqüentes e triste de que se tem noticia e até hoje isto é comum, infelizmente. Mas vou mais longe : todo tipo de violência contra o ser humano é digno de revolta e indignação. Existe a violência sem chutes, sem pancadarias, sem murros, sem tapas. É aquela que a pessoa desferi todos esses golpes por palavras, ações e atitudes. Dói muito pois é uma dor interna, mexe com todos corpo humano e deixa o coração machucado e a pessoa fragilizada. Fragilidade esta que pode durar uma vida toda. Contra este tipo de violência não existe lei que condene é um crime impune e covarde. A vida segue com esses "animais" soltos pelo mundo. Cuidado para que você não se tornar mais uma vitima pois contra este crime não existe punição suficiente. Viva a liberdade.

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