domingo, 4 de dezembro de 2011

O segredo para encontrar um amor de verdade

Num mundo cada vez mais unissex, a melhor dica para encontrar um amor real e cúmplice é diminuir as expectativas e abrir o leque de possibilidades.

"Eu quero, mas não acho." 
Já perdi a conta de quantas mulheres me repetiram esse mantra! Minha experiência mostra que, quando a gente procura sem trégua e nunca acha alguém que valha a pena, tudo leva a crer que esse objeto de desejo seja uma miragem, uma ilusão. Em vez de fantasiar com Brad Pitt, melhor baixar a régua das expectativas, conforme os experts sugerem no livro que lanço este mês, Mulheres de Sucesso Querem Poder... Amar (Gente). Se encarar o homem atual com os pés fincados no chão, abrirá o leque de possibilidades na pirâmide dos relacionamentos.

No meu tempo de solteira, saía com uma amiga que decidia se ia paquerar ou não o sujeito conforme o sapato que ele usava. Reduzia as chances, concorda? Foi há 20 anos, mas não faz muito tempo li o texto de uma jornalista que desprezava homens de sapatênis. Isso é mesmo tão importante? Depois você dá de presente sapatos melhores ao seu eleito, ora.

Hoje, observo que os obstáculos para uma mulher achar sua cara-metade se tornaram bem mais refinados do que gostar ou não do sapatênis. Superar o principal deles, na minha opinião, exige uma guinada de 180 graus: precisamos desativar mentalmente aquele protótipo de companheiro ideal construído com a mãe e as amigas. Foi-se o tempo em que era preciso ligar-se a estereótipos de gênero, pois os dois sexos já alternam códigos e papéis com maior naturalidade. Farejadores de tendências do mundo todo cantam essa bola ao detectar que homens e mulheres se misturam mais, que não há a mesma diferenciação social de antes. Não quero dizer que são iguais. A genética nem permitiria. Mas que o horizonte está ficando mais unissex, ah, está.

Faz sentido se pensarmos que:
1. a sociedade atual, conduzida pelo trilho do consumo, nos trata como mercadorias iguais;
2. a ascensão profissional feminina obriga o homem a também participar das tarefas domésticas (e alguns já nem saem mais de casa);
3. a automação industrial dispensa a força bruta masculina e dá boas-vindas ao estilo multifacetado e detalhista feminino;
4. brasileiros(as) se acostumam ao termo presidenta;
5. nós vestimos colete e calça boyfriend; eles adotam calça justa, echarpe de grife e cores fortes;
6. ídolos teen esculpem o franjão com chapinha, enquanto garotas lutam boxe e batem um bolão nos gramados de futebol.

Portanto, se um homem interessante chegar atrasado a um encontro porque estava na sala do dermatologista ou cirurgião plástico, não deduza logo que é efeminado nem bata em retirada. Cuidar da aparência é questão de sobrevivência no mercado de trabalho, só para dizer o mínimo. Se convidar você para ir ao cinema e chorar um tiquinho, idem. Pode ser apenas do tipo que faz sucesso hoje, o fofo. Enquanto um espécime masculino convencional é reservado e teme sua independência, esse é bom papo, aplaude suas vitórias sem se sentir um zero à esquerda, faz sexo disposto a dar prazer e lava louça sem quebrar suas taças de estimação.

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